segunda-feira, 22 de agosto de 2011

IFRS


O IFRS, abreviatura de Internacional Financial Reporting Standard, objetiva facilitar a comparação entre empresas de diferentes nacionalidades.Não atingiu, ainda,no entendimento de muitos dos profissionais brasileiros, a finalidade de bem esclarecer aos investidores, quesito importante no relacionamento das empresas com os investidores das empresas de capital aberto no Brasil. Reportando-se a um passado não tão distante há que se reconhecer um avanço.
O presidente – executivo do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, Ricardo Florence, é de parecer que “enquanto o Japão e Estados Unidos não adotarem as normas internacionais, os profissionais de RI (Relações com Investidores) não vão sentir com força a melhoria na comparabilidade entre as empresas”.
Há entre as empresas algumas dúvidas sobre a aplicação exata das normas.
As empresas imobiliárias, por exemplo, aguardam um pronunciamento do IASB sobre o momento de reconhecimento das receitas de imóveis vendidos na planta – se durante o andamento das obras de construção ou na entrega das chaves. Na atualidade as incorporadoras reconhecem as vendas no decorrer da construção. É esta, á luz da boa técnica contábil, a melhor fórmula.
O saudoso Prof. Antonio Lopes de Sá, no livro Contabilidade das Empresas Imobiliárias, á página 15, salienta:”. . . Acontece,todavia, uma particularidade interessante que deve ser tomada como fundamental nas indústrias de construção.Trata se do ano civil e do período da construção.Nem sempre uma construção se inicia e termina no ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro), especialmente a de estradas, edifícios maiores,usinas hidrelétricas etc.,que geralmente se prolongam, atingindo até vários anos. Neste caso não é possível apurar-se o resultado real (lucro ou perda) dentro dos 365 dias normais. Os componentes de rédito (resultado, ou sejam: custos e receitas devem, nestas circunstâncias, ser considerados como suspensos, não entrando na apuração efetiva do ano; este é o procedimento que nos parece lógico e normal embora seja contrariado pela opinião de alguns outros estudiosos.Muitas vezes a receita é conhecida porque a empreitada por estar contratada preliminarmente, porém, os custos acham-se em formação porque é impossível precisar quanto será despendido efetivamente em virtude dos materiais e da mão e obra serem de todo oscilantes.’
Reafirmando os conceitos emitidos Lopes de Sá refere-se ao que escreve Gino Zappa, em Il reddito di impresa, 2ª edição, III impressão, pág. 319, Milão, 1946: “Antes de tudo se pode observar que, apesar das medidas complexas, ou, se assim se deseja, apesar da paridade de valores atuais, os réditos podem comportar-se bastante variadamente no tempo. Existem réditos rapidamente obtidos e réditos que amadurecem lentamente, réditos imediatos ou réditos diferidos: réditos próximos tênues seguidos de réditos constantes crescentes ou decrescentes em várias regiões e réditos variadamente flutuantes etc.”.
O IFRS é um princípio incipiente no Brasil.
As polêmicas que existem procuram identificar o modelo contábil que melhor represente a realidade econômica das empresas como, segundo o jornal Valor Econômico, entendem renomados profissionais brasileiros entre os quais o insigne professor da USP Eliseu Martins