domingo, 27 de abril de 2008

Logismografia

Segundo autorizados tratadistas de contabilidade o termo LOGISMOGRAFIA foi adotado pelo mestre Giuseppe Cerboni, a conselho de Nicholas Tomaseo tendo por fundamento: Logismos , equivalente a conta; e Grafein = grafia, escrita. Daí resultando: Escrituração das contas.
O sistema de registro foi apresentado pelo Prof. Cerboni em 1872 no XI Congresso Italiano de Cientistas com várias recomendações dos que já lhe haviam obervado a eficiência.
Assumindo a Contadoria Geral da Itália, em 1876, o processo teve ampla divulgação sendo aplicado, também, na escrituração do Tesouro Italiano.
O processo logismográfico tem em comum com a partida dobrada, magistralmente exposta Por Luca Paciolo, em 1494,a igualdade entre débitos e créditos. Por esse motivo, foi considerado por alguns estudiosos como uma derivação ou mesmo uma simples modalidade de um só sistema.
A Logismografia seguia a teoria das Contas Personalistas: Contas do Proprietário, Contas dos Correspondentes, Contas dos Agentes Consignatários.
Na Teoria Logismográfica, os fundamentos de duas peças contábeis eram de alta relevância, no que se refere á fase estática da contabilidade (Balanço Estático) : Balanço Patrimonial e Balanço Econômico. Para Cerboni. . . “de toda a estrutura patrimonial, os seus efeitos e resultados, são conseqüentes de três fatores:Fatos modificativos; Fatos permutativos e Fatos mistos. Essa fundamentação é a continuação do que fora evidenciado por Rossi.
Cerboni e Rossi se serviram da obra de Simon Guisogeno para determinar as contas tríplices. Baseado em seus estudos Cerboni estabelece as colunas que distinguem dois principais grupos de contas: Permutações e Compensações.
Ante o desinteresse de Cerboni a sua tarefa tão bem iniciada, desmoronou.
Para a crítica, o sistema girava mais em torno de teoria do que de aplicação.
Segundo estudiosos renomados da ciência contábil a maior obra de Cerboni data de 1886, intitulada “Contabilidade Científica”.
Afirmam muitos autores que o maior erro de Cerboni foi apresentar a premissa: “Todas as aziendas são idênticas quanto as suas funções.”
Como continuadores dos fundamentos propostos por Cerboni, citam-se Rossi, Riva, Massa, Vincenzo, Gitti, Mondini, Sanguinetti e Belini.
A Logismografia e o Personalismo já não usados em qualquer parte do mundo.
Estão, hoje, absolutamente superados.

sábado, 19 de abril de 2008

Estorno

Estorno é o ato de retificar um erro cometido na escrituração contábil. É uma palavra derivada do termo italiano storno.
Competentes estudiosos da ciência contábil afirmam que os venezianos, que antes de Paciolo (1494) contabilizavam em partidas dobradas, sabiam sem rabiscos ou rasuras corrigir as contas erradas, por meio de estornos.
Paciolo em sua obra ao citar os estornos dos venezianos, que denominava “retratare”, com a significação de voltar atrás, ensina: “quando se comete um erro, estornar-se-á”.
Além do estorno existe outro processo para se retificar as importâncias registradas a menos. Denomina-se “lançamento suplementar”. Quando se trata de erro de quantia o estorno pode ser total ou parcial. É total quando anula totalmente a quantia lançada; é parcial quando anula apenas uma parte dessa quantia.
Os principais erros que ocorrem na escrituração são: Erros de intitulação, erros de cifra ou quantia, omissão de lançamento, erro de histórico.
Dá-se também o nome de estorno á rescisão de um seguro marítimo.

sábado, 12 de abril de 2008

Rédito

Rédito, do latim reditus, quer dizer: ganho, rendimento.
Em economia geral, RÉDITO é a utilidade que a produção acrescenta á massa das utilidades preexistentes e que se distribui entre as pessoas que, trocando bens e serviços, concorrem para realização do novo produto (Hermann Jr. em Contabilidade Superior – 1954 – pág. 289).
Para a Escola de Zappa (aziendalista) três grupos de contas formavam o Sistema de Rédito: Contas de capital; contas de valores numerários e contas de rédito.
No magistério de Vincenzo Mais, o grande líder da Escola Patrimonialista: “Rédito é a variação positiva ou negativa, expressa em termos de moeda, que a empresa suportou no seu capital, em dado exercício, por efeito da gestão”.
Pode-se concluir que o rédito forma-se dentro de um sistema de valores peculiares denominados Sistema de Rédito, composto de Custos e Receitas.
O rédito positivo é lucro.
O rédito negativo é perda.
Os réditos ordinários são representados pelas vendas, em sentido amplo, os juros, os descontos ativos sobre títulos descontados, os empréstimos mediante títulos, comissões, armazenagens, aluguéis e proventos de qualquer natureza, provenientes de serviços prestados pelas empresas, os descontos concedidos por fornecedores e os custos das vendas, os gastos de venda dos produtos, mercadorias ou serviços, os gastos de administração, os gastos financeiros, os gastos ou perdas decorrentes dos investimentos acessórios.
Os réditos extraordinários são os lucros ou perdas de natureza eventual, totalmente esporádico, que devem ser destacados dos resultados normais da gestão para não desfigurar a comparação dos resultados relativos a vários exercícios. São réditos estranhos á gestão: Os réditos de capitais, as superveniências e as insubsistências.
Gino Zappa, faz no seu livro La Determinazione Del Reditto as seguintes observações caracterizando os fatos da gestão patrimonial: “Enquanto o exercício flui com o correr do tempo, registra-se entre os diversos elementos do capital uma continua migração de valores: produtos, mercadorias, disponibilidades imediatas, hoje partes notáveis do capital, serão amanhã, em virtude da realização das vendas, transformadas em numerário ou em créditos, que por sua vez se reduzem a numerário; para constituição do custo surgem e desaparecem as imobilizações e disponibilidades; o numerário e os créditos encontram aplicações;criam-se débitos para ser posteriormente regulados em numerário. E assim em cadeia ininterrupta se sucedem os valores sobre os valores”.
Rédito limite é a denominação de Hermann Jr. á conclusão do ciclo de transformações de todos os valores nas seguintes fases: Dinheiro /aplicação em elementos de custo / produção e vendas / dinheiro.
Realmente, o ciclo de transformações puro é o começo em dinheiro e a conclusão em dinheiro.
Contudo, não é o que normalmente ocorre, e isso o próprio Hermann Jr. reconhece, porque outros elementos passam a existir no ciclo de transformações e subsistem ao fim do ciclo.
Para a defesa do rédito, considerando-se que as empresas estão sujeitas a acontecimentos fortuitos e prováveis, como quebras de estoque, falência de devedores, acidentes e sinistros é aconselhável a criação de “reservas para risco” que devem entrar nos cálculos de rendabilidade não devendo ser confundidas com as reservas oriundas de lucros.
É correto reconhecer-se que o rédito como valor unitário é uma abstração. Somente se pode reconhecer a sua existência se cumprido o ciclo de transformações a que nos referimos acima, ou seja, começo com dinheiro e fim com dinheiro.
São duas as espécies de destinação dos réditos: Distribuição aos diretores e acionistas, sob a forma de gratificação e dividendos; participação dos empregados nos lucros da empresa, amortização de prejuízos e constituição de reservas legais e estatutárias.
A. Lopes de Sá esbanja cultura e erudição, ao conceituar no Dicionário de Contabilidade: Rédito Acessório, Rédito Adicional, Rédito Administrativo, Rédito Agrícola, Rédito a Posteriori, Rédito a Priori, Rédito Ativo, Rédito Bancário, Rédito Básico, Rédito Bruto, Rédito Capitalizado, Rédito Comercial, Rédito Complementar, Rédito Contábil, Rédito Crescente, Rédito Decrescente, Rédito de Fase, Rédito Degressivo, Rédito de Importação, Rédito de Obras, Rédito de Operações, Rédito Departamental, Rédito de Serviço, Rédito de Transportes, Rédito Diferido, Rédito do Exercício, Rédito Especial, Rédito Eventual, Rédito Ex-Ante, Rédito Ex-Post, Rédito Extra contábil, Rédito Extraordinário, Rédito Fictício, Rédito Figurativo, Rédito Financeiro, Rédito Geral, Rédito Histórico, Rédito Imobiliário, Rédito Industrial, Rédito Inicial, Rédito Limite, Rédito Líquido, Rédito Marginal, Rédito Médio, Rédito Monetário, Rédito Nacional, Rédito Negativo, Rédito Normal, Rédito Oculto, Rédito Orçado, Rédito Ordinário, Rédito-Padrão, Rédito Parcial, Rédito Passivo, Rédito Pastoril, Rédito Pendente, Rédito Potencial, Rédito Predeterminado, Rédito Previsto, Rédito Principal, Rédito Progressivo, Rédito Proporcional, Rédito Real, Rédito Rural, Rédito Setorial, Rédito Standard, Rédito Suspenso, Rédito Técnico, Rédito Teórico, Rédito Tipo,Rédito Total, Rédito Transitório, Rédito Unitário, Rédito Vinculado,Rédito Variável.

sábado, 5 de abril de 2008

EBTIDA

Erning before interest, taxes, depreciation and amortization, é a origem da sigla EBTIDA, que em português pode ser traduzida para LAJIDA, ou “lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização”. É um termo importado dos balanços americanos. Passou a ser adotada a partir de 1997. Juntamente com outros indicadores a sua formulação é útil aos analistas e investidores. O seu valor informativo é maior quando usado de forma combinada com outras técnicas de análise. É inaplicável para instituições financeiras tendo em vista que as despesas financeiras nestas instituições fazem parte das operações principais, logo não devem ser excluídas. Com o EBTIDA as empresas chamam atenção do usuário para o fato de que, apesar da possível ocorrência de eventos desfavoráveis, melhoraram o rendimento operacional.
É necessária a delimitação do âmbito do EBTIDA. Super dimensionar as funções informativas do indicador é reduzir sua eficácia e introduzir o risco na sua interpretação.
Aliada a outras técnicas tem o seu valor.
O EBIT foi o precursor da técnica. Foi criada pelos americanos em 10 de novembro de 1986: Earning before interest and taxes; em português: Lucro antes de juros e impostos. Como se pode observar o EBTIDA ampliou o campo de demonstração incluindo a depreciação e a amortização. O EBIT é comumente utilizado pelos investidores para comprar empresas. Quanto maior o valor EBIT mais lucrativa a empresa é susceptível de ser.
O EBIT e o EBITDA não são medidas contábeis utilizadas nas práticas contábeis adotadas no Brasil ou nos princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos da América. Segundo o pensamento dominante não devem ser considerados como sendo uma alternativa ao lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho operacional ou como uma alternativa ao fundo de caixa na qualidade de indicador de liquidez.
Um exemplo do EBTIDA de uma empresa industrial:
Demonstração do Resultado do Exercício
RECEITA DE VENDAS
(-) Custo de Produtos Vendidos
= Lucro bruto
(-) Despesas Operacionais
Despesas de administração
Despesas de vendas
= EBTIDA OU LUCRO APURADO AJUSTADO
(-) Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(-) Depreciação/Amortização/Exaustão
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para o IR
= Lucro Líquido.