sexta-feira, 23 de maio de 2008

Evolução das formas de escrituração

Generalização da moeda como instrumento de troca, expansão do comércio mundial, os grandes descobrimentos, a introdução dos algarismos arábicos na Europa no início do século XIII, e o Renascimento, que reviveu o esplendor das Letras, Artes e Ciências, foram os fatores que, por circunstâncias especiais, juntaram-se sucessivamente, para formar e desenvolver a contabilidade.
“Ricordanze”, “ Memoriale”,”Giornale” e “ Quaderno”, foram os primeiros livros contábeis.
Veneza, cidade italiana considerada como a sede do Comércio Mundial na Idade Média, melhorando continuamente os processos de registros das suas irmãs, Gênova e Florença, deu a conhecer ao resto do mundo a contabilidade por partidas dobradas como ”sistema veneziano”.
Benedetto Cotrugli Raugeo com “Do comércio e do comerciante perfeito”, em1473 e Frei Luca Paciolo com o “Tratactus XI, Particularis de Computis et Scripturis”, em 1494, foram os principais divulgadores da contabilidade.
Posteriormente, vários outros autores abordaram a questão sobressaindo a obra “La tenue des livres rendue facile", de Edmond Dégrange, pai, em 1795,criador do Diário – Razão. e Giuseppe Cerboni, criador do método denominado logismografia, em 1872.
Nos Estados Unidos o Diário – Razão de Dégrange deu origem ao Diário Americano.
Na escrituração americana os contadores adotaram mais de um livro diário para registro das operações: Diário de Pagamentos, Diário de Recebimentos, Diário Geral etc.
Foi muito útil á evolução da contabilidade o advento da máquina de escrever. A sua construção data de 1714. Mils foi o seu construtor. Um brasileiro, o padre paraibano Francisco João de Azevedo, também inventou um tipo de máquina de escrever, que foi apresentada na Exposição do Nordeste brasileiro, em 1861.
As grandes empresas internacionais antevendo a importância dos equipamentos para escritório em todo o mundo se lançaram ao mercado: Elliot-Fisher, Powers, Hollerith, Remington, Burroughs, National, Powers, Monroe e outras, disputavam avidamente as generosas fatias do mercado..
Ás pequenas e médias empresas também se abriu a oportunidade de se modernizarem.
Em 1904 W. Bach, diretor da Escola de Comércio Banmeister Hintzen, na Alemanha, aplicou pela primeira vez o decalque em registros de contabilidade. O processo consistia em escrever no diário e, simultaneamente, nas contas singulares, tornando-se conhecido sob o nome de Método Hinz. Por volta de 1918, o suíço Alfons Ruf, inverteu o processo, escrevendo sobre as contas e decalcando o diário O sistema Ruf apresentou-se ao mercado sob duas formas de utilização: aparelhos manuais e máquinas contábeis que poderiam ser também utilizadas para correspondência, faturamento, estoque e folha de pagamento. O livro Contabilidade Financeira pelo Sistema Ruf, organizado por F. Araújo Gomes e colaboração de J. A. Wernli e E. Zimmermann, editado em 1951, trouxe explicações sobre o sistema Ruf, informações sobre o equipamento utilizado e os formulários necessários á execução dos trabalhos. Contribuiu muito para a evolução do processo de registros contábeis.
Os sistemas Remington, Front Feed, Frontal. . . também foram muito importantes e bem aceitos pelas empresas comerciais e industriais, e pelos profissionais de contabilidade. Assemelhavam-se ao Sistema Ruf utilizando máquinas de escrever e equipamentos de inserção e impressos padronizados.
Em 1978 Arry H. de Paris, divulgou em Contabilidade Mecanizada – Técnicas de Implantação, a maneira adequada de utilização do processo Zornita e do equipamento denominado insertor, para escrituração manuscrita e datilografada.
O mestre Leon Batardon, em La Contabilidad en hojas movibles, incluída na Biblioteca Del Contable Moderno, da Editorial Labor S/A, cuja primeira edição data de 1930, ocupou-se da escrituração de livros em folhas soltas como forma de evolução contábil. Para ele, uma criação americana.
A Escrituração Mercantil Brasileira, de autoria de Leocádio B. Cavalcanti, com a colaboração de Hosael B. Cavalcanti e Geraldo B. Cavalcanti, foi outro louvável trabalho com o objetivo de facilitar e modernizar os registros contábeis pelo Sistema ELEBC, lançado em junho de 1934.
O Sistema Sort idealizado por Piragibe Ferraz Leite foi bastante divulgado tendo sido utilizado com sucesso em entidades e empresas estatais.
A Contabilidade Maquinizada – Sistema Ficha Tríplice, por Silvino Barbosa e Edmundo Mário Cavallari, foi uma das mais engenhosas propostas com o objetivo de modernizar a contabilidade das empresas. Foi a razão do seu grande sucesso no século XX a possibilidade de utilização de máquina de escrever de qualquer tipo ou marca e sem necessidade de outros instrumentos. A escrituração feita em fichas tríplices, simultaneamente, resultava em registros no livro Diário (copiativo) e nas duas contas do livro Razão (a devedora e a credora).
A informática revolucionou o trabalho contábil. Os modernos programas existentes no mercado dão eficiência e segurança ao trabalho dos contadores.

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